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r 6 graduao em engenharia biomdica na universidade tecnolgica federal do paran - utfpr
Vicente Machado Neto vmachado@utfpr.edu.br
Universidade Tecnolgica Federal do Paran, Departamento Acadmico de Eletrnica.
Av. Sete de Setembro, 3165
80230-901 Curitiba - Paran
Bertoldo Schneider Junior bertoldo@utfpr.edu.br
Universidade Tecnolgica Federal do Paran, Departamento Acadmico de Eletrnica.
Av. Sete de Setembro, 3165
80230-901 Curitiba - Paran
Douglas Roberto Jakubiak jakubiak@utfpr.edu.br
Universidade Tecnolgica Federal do Paran, Departamento Acadmico de Eletrnica.
Av. Sete de Setembro, 3165
80230-901 Curitiba - Paran
Resumo: A criao de um curso de graduao especfico em Engenharia Biomdica uma novidade entre os tradicionais cursos de Engenharia existentes. Por isso as suas justificativas so relevantes na abertura ou no de um curso desta natureza. Procura-se neste artigo resumir todo o trabalho da comisso que elaborou o Projeto Pedaggico do novo Curso de Engenharia Biomdica da Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPR, ainda em fase de aprovao pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Ps-Graduao da instituio.
Palavras-chave: Engenharia Biomdica, Projeto Pedaggico, UTFPR.
introduo
A Engenharia Biomdica pode ser caracterizada resumidamente como a aplicao das tcnicas de Engenharia soluo de problemas odonto-mdico-hospitalares, com o desenvolvimento de prottipos e produtos para fins de terapia, diagnstico e pesquisa, visando ao bem estar e a segurana do paciente e usurio. Justifica-se a abertura de um curso de graduao especfico, de forma muito rudimentar, pelo crescente impacto da eletrnica no auxlio dos diagnsticos mdicos.
A Engenharia biomdica na utfpr
A Universidade Tecnolgica Federal do Paran - UTFPR - Campus Curitiba (todas referncias feitas sero para a Campus Curitiba, Departamento Acadmico de Eletrnica DAELN) vem atuando em Engenharia Biomdica - EB desde 1983, quando os primeiros pesquisadores da rea comearam a retornar aps a realizao de seus mestrados em programas de ps-graduao do pas. Naquele ano, iniciou-se a implantao do Ncleo de Pesquisas Tecnolgicas - NPT, com apoio financeiro do extinto Conselho Estadual de Cincia e Tecnologia do Paran - CONCITEC-PR e envolvimento dos pesquisadores, alunos dos cursos tcnicos e de graduao em Engenharia Eletrnica.
Em 1986 foi implantado o Ncleo de Engenharia Hospitalar - NEH por meio de um convnio com a Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico - PADCT - Ministrio da Cincia e Tecnologia. Este ncleo contava inicialmente com 2 engenheiros e 2 mestres em Engenharia Biomdica, 6 tcnicos em eletrnica, 1 tcnico administrativo e a colaborao de mais 12 professores. A equipe passou a realizar a manuteno de equipamentos mdico-hospitalares, treinamento de pessoal por meio de cursos de curta durao, desenvolvimento de prottipos e partes de equipamentos, assessoramento na implantao de equipes de manuteno e programas para rotinas de testes em segurana de hospitais, clnicas, laboratrios e centros de pesquisa da regio de Curitiba.
Em 1988 o Ncleo realizou uma pesquisa que diagnosticou a situao da Engenharia Hospitalar no Estado do Paran, buscando quantificar a carncia de recursos humanos e delinear o perfil de um profissional para trabalhar na rea. Como resultado dessa pesquisa foi elaborado o currculo pleno do primeiro curso da rea de Biomdica no Brasil, denominado Tcnico em Equipamentos Mdico-Hospitalares em nvel de 2 grau. Esse projeto foi utilizado, posteriormente, como base para o primeiro curso tcnico do Brasil na rea de Biomdica, reconhecido pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e pelos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, sistema CONFEA/CREA, realizado no ento Centro Federal de Educao Tecnolgica do Paran - CEFET-PR. O convnio, com o Ministrio da Sade, para implantao do curso foi assinado em 1992, visando implementao de uma turma especial, piloto, formada por alunos que j tinham cursado o 2. Grau, sendo efetuado um processo seletivo entre alunos indicados pelo Sistema nico de Sade - SUS e outros alunos da comunidade. O curso foi ministrado no perodo de janeiro de 1993 a julho de 1995. Foram formados 11 profissionais capacitados para assessorar tecnicamente o pessoal clnico e administrativo na aquisio de equipamentos, utilizao e adequao de novas tecnologias, organizao e realizao de manutenes preventivas e corretivas, treinamentos dos usurios de equipamentos (operadores), verificao de condies de segurana eltrica de equipamentos mdicos para pacientes e operadores, assepsia, entre outras atividades.
Excetuando o mestrado em Engenharia Biomdica, oferecido por algumas universidades, tais como USP-SP, USP-Ribeiro Preto, UFSC, UNICAMP e UFRJ/COPPE, esse curso formou o primeiro profissional na rea de Biomdica no Brasil (cdigo atual deste curso no sistema CREA/CONFEA 123-16-00).
No final da dcada de 80 e incio da de 90 o Ncleo de Engenharia Hospitalar - NEH, desenvolveu vrios projetos conveniados com empresas.
Foram ministrados ainda muitos cursos, sendo os mais importantes o curso de equivalncia tcnica para o pessoal de manuteno das clnicas de sade da Prefeitura Municipal de Curitiba e o primeiro curso de Paramdicos dado em territrio nacional, viabilizado para o Corpo de Bombeiros de Curitiba, curso ministrado por meio de convnio com grupo paramdico de Cleveland-Ohio, USA. Tambm foi desenvolvido pelo NEH, em conjunto com outros departamentos do antigo CEFET-PR, o projeto de uma ambulncia para o Sistema de Atendimento ao Acidentado de Trnsito - SIATE, sendo o primeiro estado do Brasil a ter um prottipo funcional e sendo at hoje referncia nacional. O NEH tambm encomendou na USP cursos de manuteno em equipamentos de Raios X, cursos presenciais em Curitiba com estgios em So Paulo, e chegou a ter um projeto aprovado para implantao de um laboratrio de manuteno de ampolas de Raios X, projeto que no foi finalizado devido extino do rgo financiador, o CONCITEC.
Em 1991 o NEH uniu-se Coordenao de Ps-Graduao em Informtica Industrial, criando a Coordenao de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica e Informtica Industrial - CPGEI, recebendo uma nova sigla NEHOS, iniciando assim uma nova rea de concentrao em Engenharia Biomdica, em nvel de Mestrado e, a partir de 1999 em nvel de Doutorado. As primeiras dissertaes de mestrado e teses de doutorado, relacionadas rea de Biomdica no CPGEI, foram defendidas em fevereiro de 1994 e outubro de 2003, respectivamente. Desde aquela poca at dezembro de 2008, j foram defendidas, s na rea de Engenharia Biomdica, 161 dissertaes de mestrado e 11 teses de doutorado. Os profissionais formados na rea de Engenharia Biomdica vm atuando na prpria UTFPR, em outras instituies de ensino, em empresas da rea no estado do Paran, em outros estados e at em outros pases, auxiliando, portanto, o desenvolvimento do estado e do pas. Alm da formao de recursos humanos altamente qualificados na ps-graduao, vrios alunos dos cursos de graduao em Engenharia Eltrica, Tecnologia em Eletrnica, Telecomunicaes, Mecatrnica e Radiologia realizam seus mestrados, estgios de iniciao cientfica e trabalhos de concluso de curso dentro dos laboratrios de Biomdica do CPGEI.
Desde o ano de 1983, foram ofertados cursos de enriquecimento curricular na rea de Engenharia Biomdica. A partir de 1995 o grupo de Biomdica oferta regularmente unidades curriculares da rea de Engenharia Biomdica, como optativas do Curso de Engenharia Industrial Eltrica, nfase Eletrnica/Telecomunicaes - EIE, do Departamento Acadmico de Eletrnica - DAELN da UTFPR Campus Curitiba. No incio, era ministrada apenas uma disciplina de cunho geral e, depois de 2003, passaram a ser ofertadas trs disciplinas bsicas especficas da rea de Engenharia Biomdica: Engenharia Mdica; Bioengenharia e Engenharia Clnica. Adicionalmente, duas disciplinas de contedo no especfico, tambm passaram a ser ministradas: Processamento Digital de Sinais e Processamento e Anlise de Imagens com ampla aplicao em sinais e imagens biomdicas.
Atualmente, o grupo de Engenharia Biomdica do programa de ps-graduao conta com 12 doutores, dos quais 9 pertencem ao DAELN. Alm dos professores ligados diretamente ao DAELN, vrios outros pertencentes ao quadro de servidores da UTFPR, tm formao e atuam na rea de Biomdica. A atuao dos pesquisadores envolve as principais sub-reas da Engenharia Biomdica: 1) Instrumentao, Tcnicas, Modelagens e Sensores de Aplicao Biomdica; 2) Engenharia Hospitalar; 3) Informtica Aplicada Biomdica e 4) Engenharia de Reabilitao.
Os projetos de pesquisas desenvolvidos na instituio so, em parte, subsidiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico - CNPq e Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior - CAPES por meio dos programas: Recursos Humanos em reas Estratgicas - RHAE, Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica - PIBIC, Programa de Competitividade e Desenvolvimento Tecnolgico - PCDT e Coordenao de Engenharias e Informtica I - CEIN; pela Fundao Araucria e, por apoios isolados por parte de indstrias da regio e bolsas de estudos dentro dos programas de mestrado e doutorado. A infra-estrutura bsica atual dos laboratrios de Engenharia Biomdica da UTFPR foi implantada por meio de financiamento de diversos rgos de fomento ao longo dos anos e por meio de apoio direto aos pesquisadores, do Programa de Apoio Integrao Graduao/Ps-Graduao - PROINCAPES e de recursos prprios da instituio, gerados por meio de cursos especiais fornecidos para a comunidade e da realizao de servios de tecnologia.
Observa-se que diversas pesquisas j realizadas geraram pedidos de patentes, publicaes, prottipos e produtos, muitos dos quais foram repassados para indstrias, empresas e rgos pblicos. Na rea acadmica, apenas para ilustrar a competncia do grupo de Biomdica, os pesquisadores da UTFPR tm participado ativamente tanto na organizao quanto na apresentao de trabalhos em conferncias cientficas em nvel nacional e tambm internacional. Destaca-se nos ltimos anos, a organizao e realizao, no antigo CEFET-PR, em 1998, do IV Frum Nacional de Cincia e Tecnologia em Sade - FNCTS, o qual incluiu a edio bianual do XVI Congresso Brasileiro em Engenharia Biomdica, com a participao de mais de 300 pesquisadores de renome do Brasil, Europa, Estados Unidos, Rssia e demais regies do mundo, com apresentao de 284 trabalhos. Nesse evento, a Engenharia Biomdica da UTFPR apresentou o terceiro maior nmero de artigos cientficos do Brasil, atrs apenas da UNICAMP-SP e da UFRJ, centros mais antigos de excelncia na rea. No XX Congresso Brasileiro de Engenharia Biomdica CBEB 2006, realizado na cidade de So Pedro, a UTFPR se manteve com um nmero elevado de trabalhos cientficos e participantes, tendo apresentado o segundo maior nmero de trabalhos de uma s instituio. No CBEB-2008, realizado em Salvador, Bahia, tambm foram apresentados dezenas de trabalhos da UTFPR.
justificativas para uma graduao em eb
A histria da Engenharia Biomdica como curso de graduao no Brasil muito recente. O sistema CREA/CONFEA ratificou a profisso em assemblia no incio de 2008.
J do conhecimento que h tempos a regio metropolitana de Curitiba est entre os trs maiores parques nacionais de fabricao de equipamentos mdicos, considerando tambm o mobilirio hospitalar. Isso por si s, j constitui uma justificativa. Ainda, acordos que esto em fase de estruturao entre a UTFPR e a Secretaria de Sade do Estado do Paran - SESA prevem uma grande interao entre as duas instituies com o objetivo de melhoria da sade no estado do Paran, considerando desde estgios desenvolvido nas instituies, at projetos de pesquisa em reas julgadas estratgicas ou de grande necessidade. Dificilmente se pode negligenciar, o poder que tal grupo tem para mudar positivamente o panorama da Biomdica no Brasil, nos prximos dez anos. O sistema de sade brasileiro precisa desse profissional se quiser se equiparar aos sistemas de sade de pases desenvolvidos. No exagero considerar praticamente um dever deste grupo, a implantao de uma graduao em Engenharia Biomdica. Este curso, executado nos nveis de excelncia da UTFPR, tem tudo para ser no s um marco, mas o marco mais importante, no arranque do desenvolvimento do setor da sade das prximas dcadas, no Brasil.
Desenvolvimento do Paran
O sistema Federao de Indstrias do Estado do Paran - FIEP definiu em 2004, o "desenvolvimento sustentvel do Paran" como planejamento estratgico para o desenvolvimento da indstria do Paran at 2015. Em 2005 analisou as tendncias e abordagens previstas para o desenvolvimento industrial e, em 2006, criou o projeto "Rotas Estratgicas para o futuro da Indstria Paranaense", Roadmapping da Microtecnologia - 2015 (FIEP et al, 2006). O documento uma "prospectiva", ou seja, um conjunto de pesquisas a respeito de fenmenos tcnicos, tecnolgicos, cientficos, econmicos e sociais, que procura prever a evoluo futura de uma sociedade. No quadro 5 do documento citado, no item "inovao em produtos e processos para biomedicina", os autores afirmam que equipes prospectivas prprias e contratadas da Espanha concluram que a viso "Inovao em produtos e processos em Biomedicina" tem fundamento na forte tendncia da sociedade em investir em sade, considerando muito promissor o mercado de cuidar da sade dos mais velhos, mesmo porque a economia baseada em seus proventos muito promissora e tambm considerada uma tendncia mundial. Concluem ainda que estrategicamente as indstrias do Paran devero: a) Induzir a formao de equipes multidisciplinares para desenvolvimento de produtos; b) Induzir a inovao incremental em produtos existentes; c) Desenvolver produtos para monitorao individual remota dos sinais vitais humanos; d) Desenvolver a micro instrumentao cirrgica para cirurgia minimamente invasiva; e) Desenvolver prteses; f) Incentivar o desenvolvimento de software embarcado (embedded); g) Criar/fortalecer um instituto de P&D em microtecnologia aplicada biomedicina; h) Desenvolver microsistemas implantveis em rgos humanos; i) Efetuar parcerias com universidades e centros de pesquisa no exterior; j) Gerar produtos e processos inovadores em Biomedicina; k) Desenvolver programas de capacitao para biomedicina; l) Criar/fortalecer cursos de Engenharia Biomdica e m) Criar cursos de ps-graduao que contemplem reas de pesquisa da micro tecnologia aplicada Biomedicina.
salutar observar ainda que h vrias entidades no estado que apresentam um forte vis para a rea biomdica e importante atuao para a melhoria do setor pblico de sade. Entre elas, destaca-se o Instituto Carlos Chagas, que faz parte do complexo de institutos da FIOCRUZ que em seu plano de descentralizao escolheu o estado do Paran como o estado para estabelecer, junto com o Instituto de Biologia Molecular do Paran, a rede de pesquisa e desenvolvimento de solues para sade pblica mais importante na regio sul do Brasil. Esta ao indica claramente o potencial do estado para as atividades supracitadas.
Com a implantao do curso de graduao em Engenharia Biomdica, pretende-se contribuir para o estabelecimento de centros de referncia no Paran, notadamente nos setores de Biologia Molecular, Instrumentao, Engenharia Clnica e Imagenologia.
Acreditao hospitalar
Acreditao o reconhecimento formal efetuado por um organismo especialmente estabelecido para tal fim, cuja finalidade a avaliao da conformidade de uma determinada instituio em relao a requisitos previamente definidos, reconhecendo que tal empreendimento competente para realizar suas atividades com confiana. A finalidade social a transmisso de confiabilidade para o comprador, cliente ou usurio dos servios daquela instituio (FURTADO & NAKAMURA, 2009). No Paran, este servio est a cargo do Instituto Paranaense de Acreditao em Servios de Sade - IPASS. Para que a instituio possa ter o selo de garantia que se espera, h a necessidade de avaliaes peridicas dos recursos institucionais, que avaliam a manuteno da qualidade dos itens avaliados de acordo com padres previamente conhecidos e aceitos. O principal diferencial do ttulo de acreditao hospitalar o de ser obtido por meio de uma avaliao voltada especificamente para a rea da sade, e seus principais objetivos so o melhoramento da qualidade dos cuidados aos pacientes e acompanhantes e a criao e manuteno de um ambiente livre de riscos para todos aqueles que circulam no ambiente hospitalar. Pelos mecanismos da acreditao hospitalar, uma instituio de sade tem a possibilidade de efetuar um diagnstico objetivo relacionado ao desempenho de seus processos, sejam eles administrativos ou relacionados a pacientes.
Atualmente existe uma forte demanda dos hospitais para a obteno da acreditao. Para que os mesmos possam obt-la existe uma srie de aes a serem implementadas, vrias delas dependentes diretamente das atividades relacionadas ao Engenheiro Biomdico.
Discusso nacional de pares sobre a necessidade da implantao de cursos de Engenharia Biomdica
Na Mesa Redonda sobre implantao de cursos de Engenharia Biomdica no Brasil, ocorrida durante o 21 Congresso Brasileiro de Engenharia Biomdica, realizado de 16 a 20 de novembro de 2008, em Salvador, BA. O professor R. A. Zngaro, principal articulador na implantao de cursos de graduao em Engenharia Biomdica no Brasil, defendeu a necessidade desses cursos, dizendo que j h um nmero considervel de cursos de ps-graduao na mesma rea no pas, acrescentando que: "A Indstria no feita com a ps-graduao, ela feita com a graduao".
O representante do Ministrio da Sade, na mesma oportunidade, relatou abertamente que "precisamos de Engenheiros Biomdicos para o Brasil". Existe um enorme mercado e uma enorme necessidade represada que pode ser satisfeita por meio desse tipo de profissional. Ainda, h uma previso de que a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - ANVISA obrigue todos os hospitais a terem um Engenheiro Biomdico. Quanto ao argumento da inexistncia de mercado para estes profissionais, concluiu-se que neste caso o processo tradicional deve ser invertido, assim como aconteceu com a informtica, a televiso e o entretenimento. A frase "nunca vai existir um mercado enquanto no existir o profissional" aplicvel neste contexto. Outro argumento apresentado durante o evento foi o de que "o engenheiro desempregado est extinto. por isso que h to poucos engenheiros fazendo ps-graduao. Esta assertiva coincide perfeitamente com as previses e necessidades do plano de crescimento do Brasil, para os prximos 15 anos.
Alavanca para o crescimento
Conforme o ex-reitor da USP e da Universidade de Mogi das Cruzes, prof. Dr. Roberto Leal e Silva Filho, e o consultor do Instituto Lobo, Oscar Hiplito (FOLHA DE SO PAULO, 2009), entre 1980 e 1996 o mundo inteiro aumentou suas matrculas para cursos superiores por reconhecer este investimento como alavanca do desenvolvimento. O Brasil aumentou, mas num nvel muito menor que outros pases que hoje esto em estgio de desenvolvimento mais avanado. O Brasil pretende, por meio do Plano de Desenvolvimento da Educao - PDE, que tem um objetivo alvo de 7,5 milhes de matrculas, chegar aos ndices de pases desenvolvidos mas, aparentemente, o sistema atual tem um valor de saturao de 5 milhes de matrculas. No Brasil, somente 8% da populao adulta tem formao superior. O ideal seria chegar mdia dos pases da Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico - OCDE, acima de 20%. Em comparao com ndices de pases tais como o Chile, com 13%, a Rssia, com 55%, Espanha, com 28% e a Coria, com 32%, o Brasil tem muito ainda a evoluir (LOPES, 2006).
Falta de engenheiros
Desde a dcada de sessenta, quando foram criados os Engenheiros Operacionais para suprirem a demanda, o Brasil sente a falta de Engenheiros no pas. Conforme o CREA, esta situao s se agravou no Brasil. Os Estados Unidos tambm tm falta de mo de obra nesta rea e sua estrutura universitria est muito aqum de poder suprir esta necessidade. muito importante, se a nao realmente tem pretenses de crescimento, que se gerem cursos de Engenharia por todo o pas.
Segundo o presidente do CONFEA, Eng. Marcos Tlio de Melo, "at mesmo os Estados Unidos importam profissionais. A economia americana demanda 100.000 engenheiros por ano, mas formam somente 70.000 e tm que buscar 30.000 em outros pases." O Brasil forma 23.000 engenheiros por ano, enquanto seriam necessrios mais de 50.000 para satisfazer a demanda.
o projeto pedaggico da eb
Desde o comeo, a Comisso formada para elaborao do projeto pedaggico - PP do novo curso de Engenharia Biomdica da UTFPR esteve focada e orientada determinao do perfil ideal do profissional de Engenharia Biomdica, perfil este que nortearia a concluso do PP. A adequao s exigncias das leis atuais, s diretivas internas da Universidade e a adequao ao profissional mdio em nvel mundial foram tambm elementos essenciais no processo.
Disps-se, tambm, de um grande auxlio, que foram os exemplos dos projetos pedaggicos dos cursos de Engenharia da Computao Campus Curitiba (COLEGIADO EC, 2007) e, principalmente, de Engenharia Industrial Eletrnica - EIE da UTFPR Campus Curitiba (COLEGIADO EIE, 2007), bem como das diretrizes preliminares para projetos pedaggicos de cursos e das propostas de diretrizes para cursos de bacharelado na UTFPR. Contou-se tambm com a presena, nesta comisso, de professores pertencentes Comisso Curricular Permanente do curso de EIE e de palestras especiais, como a do professor Luciano Baracho que evidenciou a necessidade de uma Comisso Curricular Permanente para cada curso e a do Prof. Douglas Jakubiak, que faz parte da Cmara Especializada de Engenharia Eltrica do CREA PR, que orientou sobre os assuntos relacionados ao CREA.
Desde fevereiro de 2008, foram feitas reunies semanais, sempre s segundas-feiras, das 14 s 15h30min, ocasies em que foram discutidos assuntos de perfil, de unidades curriculares e do contedo dessas unidades. Outra experincia muito importante, usada tambm como base, foi o trabalho desenvolvido anteriormente de um curso de Tecnologia em Eletrnica Mdica, que no veio a ser implementado porque o governo proibiu, em 2004, a abertura de novos cursos. A experincia dos professores veteranos, arquivos vivos do departamento, e a viso mais atualizada dos professores mais novos e daqueles com experincia estrangeira foram essenciais.
Fez-se, tambm, um estudo dos 10 melhores cursos de Engenharia Biomdica dos Estados Unidos, entre os 120 listados pela Whitaker Foundation, conforme classificao da US NEWS: Johns Hopkins University, Georgia Institute of Technology, University of California-San Diego, Duke University, University of Washington, Massachusetts Institute of Technology, Boston University, University of Pennsylvania, Rice University-Brown e Stanford University. Tambm foram estudados: um curso da Universidad Nacional de Crdoba, Argentina; um da Frana; dois da Alemanha; cursos ofertados no Brasil, Universidade Federal de Uberlndia, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Estcio de S, Universidade do Vale da Paraba - UNIVAP, e cursos de especializao da Fundao Oswaldo Cruz - FIOCRUZ e da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo PUC-SP. Muitas disciplinas afins foram fundamentadas com base em ementrios de disciplinas de universidades sem relao com a Biomdica, tais como Universidade Federal de Minas Gerais UFMG, Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho - UNESP, Instituto Politcnico de Bragana, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, FIOCRUZ, etc. De todo este material, e tendo em vista o limite de carga horria total de 4300 horas para o curso, concluiu-se pela essencialidade de disciplinas tais como as de Fisiologia e Biologia para o curso, diferentemente do que se pratica no Brasil, mas em acordo com as melhores instituies estudadas. Ainda, em funo dos diversos projetos de intercmbio que a instituio mantm, estabeleceu-se que era interessante que as disciplinas profissionalizantes e, principalmente, as especficas, fossem equivalentes s dadas no exterior.
Ressalte-se que os poucos cursos realizados no Brasil nasceram de estudos completamente especficos de suas instituies de origem. A prpria Sociedade Brasileira de Engenharia Biomdica - SBEB iniciou, h trs anos, estudos para uma melhor organizao dos currculos. Para o segundo semestre de 2009 esto previstos alguns encontros para discusso desses assuntos e a expectativa a de que o estudo feito na UTFPR seja o mais norteador de todos os documentos e experincias brasileiras.
Todas as diretivas da Resoluo 11/2002 CES/CNE foram consideradas para o projeto, tentando-se, na medida do possvel, adequar as disciplinas aos melhores padres internacionais. As disciplinas de cunho bsico foram determinadas de modo a serem as mesmas, na maioria dos casos, que as disciplinas do curso de Engenharia Industrial Eletrnica - EIE, viabilizando a otimizao de recursos humanos e de infra-estrutura.
O caminho seguido para a elaborao do Projeto Pedaggico - PP do Curso foi baseado principalmente na compreenso do perfil do profissional requerido por meio do estudo de suas habilidades e competncias necessrias, considerando as tecnologias que despontam no setor da sade, as necessidades mais bsicas da rea Biomdica, a contribuio para o crescimento da rea e as necessidades previstas de pesquisa, desenvolvimento e indstria.
Foi impossvel, dentro de um nmero aceitvel de horas, inserir tudo aquilo que a comisso achava necessrio ou essencial para a construo do profissional requerido. Muitas idias de vanguarda, como disciplinas de microbiologia e processamento avanado de imagens, tiveram que ser ofertadas somente como disciplinas optativas.
Adicionalmente, conforme experincia relatada pela comisso que gerou o ltimo projeto de modificao do curso de Engenharia Industrial Eletrnica, esta comisso decidiu acatar o conselho de instituir uma comisso curricular - CC, com a misso de avaliar permanentemente o currculo do curso e tomar medidas cabveis, a serem implantadas no futuro. Sugere-se que a Comisso Curricular do curso de Engenharia Biomdica - CC-EB seja composta por parte da CC do curso de EIE do DAELN e parte pelos integrantes do Grupo de Biomdica da UTFPR, tendo por funo discutir quaisquer questes curriculares, conformidade com legislao e alvos pretendidos, correes de rumo, levando sempre em conta o momento histrico e a realidade local.
A experincia gerada pelos cinco currculos da Engenharia Industrial Eletrnica foi muito importante para a organizao das disciplinas bsicas, aproveitadas do currculo 5 da EIE.
mercado de trabalho do curso de eb
Engenheiros Biomdicos so profissionais que aplicam o conhecimento de engenharia, biologia e princpios biomecnicos para o projeto, desenvolvimento e avaliao de sistemas biolgicos e de sade, assim como produtos, tais como rgos artificiais, prteses, instrumentos mdico-hospitalares, sistemas biomdicos de informao e sistemas de gerenciamento para os programas de sade. O Engenheiro Biomdico pode trabalhar em universidades, indstrias, hospitais, setores de pesquisa e agncias reguladoras governamentais frequentemente servindo como uma excelente interface por meio do uso de seus conhecimentos dos universos da engenharia e das reas biolgica e mdica. Na indstria, pode desenvolver projetos onde o conhecimento profundo de sistemas fisiolgicos humanos e animais, assim como o conhecimento de tecnologia so essenciais. Tambm esto capacitados a se envolverem na avaliao de desempenho de novos produtos, segurana e testes de produtos biomdicos, estabelecimento de padres para dispositivos mdicos, assessoria ao uso de equipamentos em hospitais e superviso de desempenho dos equipamentos e manuteno dos mesmos. Ainda podem atuar na produo de dispositivos customizados para tratamentos de sade, superviso de laboratrios e equipamentos em instituies de pesquisas, assessoria tcnica para departamentos de marketing e posies de gerenciamento.
matriz curricular da eb
Apresenta-se a seguir, como forma de fechamento do artigo, de forma abreviada, a matriz curricular do novo curso de Engenharia Biomdica da UTFPR. A matriz aproveita, como forma de otimizao de recursos, disciplinas dos cursos de Engenharia Eletrnica e Engenharia de Computao, j tradicionais do Departamento de Eletrnica da UTFPR .
Tabela 1 Matriz do Curso de Engenharia Biomdica UTFPR.
Primeiro PerodoClculo 1Fsica 1Matemtica 1QumicaComunicao Oral e EscritaFundamentos de Prog 190T45T + 30P 90T60T + 30P30T45T + 45PSegundo PerodoClculo 2Fsica 2Fsica 3Comunicao GrficaHumanidades 1Fundamentos de Prog 260T45T + 30P45T + 30P30T + 30P30T30T + 30PCitologia e Anatomia AplicadasBiologia Aplicada45T45TTerceiro PerodoClculo 3Fsica 4Matemtica 2Probabilidade e EstatsticaEletricidadeClculo Numrico60T60T60T60T45T + 30P30T + 30PSistemas FisiolgicosMicrobiologia e Assepsia45T45TQuarto PerodoClculo 4Mecnica Geral 1Fenmeno de Transp 1Materiais e DispositivosHumanidades 2Eletromagnetismo60T60T15T + 15P30T30T60TCircuitos EltricosMetrologia EltricaProcessos de Fabricao45T + 30P30T + 30P45 PQuinto PerodoMecnica Geral 2Circuitos DigitaisEletrnica BsicaSinais e SistemasSensores e AtuadoresInformtica Mdica60T60T + 30 P60T + 60P30T + 30P30T + 30P30T + 30PSexto PerodoMicrocontroladoresControle 1AmplificadoresProc Dig de SinaisEst de Fenm BiolgicosEletrotcnica Aplicada30T + 60P30T + 30P60T + 60 P30T + 30P60T45PBiomateriais60 TStimo PerodoEconomia Controle 2Engenharia do ProdutoFundamentos de Comunic.Semicondutores de PotnciaTransduo e Instrumentao Biomdica30T30T + 30P30T + 30P45T + 45P45T + 45P60TOitavo PerodoTCC 1Cincias do AmbienteHumanidades 3Imagens MdicasEng ClnicaFundamentos de Fsica Mdica
30T + 30P30T30T60T60T60TNono PerodoOptativa 1Gesto Estrat da Tecnol e InovaoEmpreendedorismoDisp Assist, Teraputicos e ProtticosBiomecnicaMonitorao Cardio-Respiratria60T30T + 30P15T + 15P60T45T45T + 15PDcimo PerodoTCC 2Viab Econ e Fin de ProjOptativa 2Optativa 330T + 30P30T60T60T
referncias bibliogrficas
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BIOMEDICAL ENGINEERING GRADUATE in the federal TECHNOLOGICAL UNIVERSITY of paran - UTFPR
Abstract: The creation of a specific course of studies in Biomedical Engineering is a novelty among the traditional engineering courses available. So your reasons are relevant in the opening or not of such a course. This article summarizes all the work of the committee which drafted the Educational Project of the new Course of Biomedical Engineering in the Federal Technology University of Paran - UTFPR, still undergoing approval by the Board of Education, Research and Graduate Studies of the institution.
Key-words: Biomedical Engineering, Project Pedaggico, UTFPR.
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